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Crítica: Rua do medo: 1978– ★★★☆☆ (2021)

Rua do Medo 1978 da Netflix: Entenda quem é a misteriosa C. Berman - Notícias de cinema - AdoroCinema
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A trilogia de terror (?) Rua do medo começou com um primeiro episódio (em forma de longa) muito bacana, com referências à Pânico e Halloween, bem como outros clássicos do terror slasher; mantendo esse ritmo, Rua do terror: 1978, é um filme que referência slashers de acampamento, como Jason e Acampamento Sinistro, mas com uma pitada de misticismo – assim como no primeiro filme.

O filme começa onde o primeiro acaba, mas a história toda se passa 20 anos antes, em um acampamento de verão nos anos 70. Com diversas cenas que beiram a “Mais um verão americano” (2001), com besteirol e tramas que envolvem adolescentes e jovens adultos e muita pegação. Tornando os primeiros 30 minutos de filme uma sessão maçante de besteirol/slasher, pouca coisa é aproveitada nesse tempo.

E o maior destaque do filme vai para Sadie Sink, a Ziggy, que entrega uma interpretação menos amadora, mas pouco cativante. Alternando entre as pegações e as mortes brutais, o filme é recheado de grandes músicas, a maioria são clássicos do Rock, repetindo o primeiro filme. Entre os destaques temos Nirvana, David Bowie, Kansas, The Runaways, que servem de artificio para criar boas combinações de cena e trilha sonora.

Enquanto acompanhamos Ziggy, que é uma criança vista como estranha e fora do normal, a bruxa Sarah Fier vai possuindo pessoas e começando a chacina. E nesse ponto filme tem seu primeiro pecado: a preocupação em manter a trilogia, tentando criar mais mistérios sobre a bruxa e sobre o passado de Ziggy, a sobrevivente do ataque no acampamento (isso foi relatado no primeiro filme). E no primeiro ato do filme somos apresentados aos personagens e ao acampamento, e isso tudo amarra o filme, fazendo os minutos finais parecerem corridos, com informações jogadas no ar – o que não tira o mérito do filme em explicar coisas e nos preparar para a parte final.

E no meio do clichê de irmãs que não se dão bem, amores não correspondidos e inimizades jovens, o massacre acontece. Aqui o filme brilha. Diferente do primeiro filme que tivemos mais de um assassino, aqui acompanhamos apenas um (que ganha um visual irado no final), que consegue as mortes mais atrativas possíveis, superando a morte por fatiador de pão do primeiro filme.

Mesmo com a violência gráfica, o filme ter protagonistas adolescentes quebra o ritmo slasher do filme, a construção das personagens centrais é infantil em demasia, claro que  – em parte – esse é o público da obra original e da adaptação, mas um filme com violência gráfica e jovens amantes que parecem terem saídos do filme “Meu primeiro amor” (1991) é como água e óleo, não funciona bem. E outro problema grave é o visual muito puxado para Stranger Things, impossível não comparar, ainda mais por usarem atores de Stranger Things.

Rua do medo: 1978 é um filme dispensável para os fãs do gênero slasher, com cenas de violência que apresentam maquiagens excelentes e efeitos digitais agradáveis (menos uma no final), o filme não destaca em muita coisa. Entretanto, assistir ao filme dentro da trilogia é essencial.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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