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Crítica: Slender Man: Pesadelo Sem Rosto – ★★★☆☆ (2018)

(Reprodução)

Saudações, geek! A Netflix adicionou recentemente no catáogo o filme Slender Man: Pesadelo Sem Rosto, dirigido por Sylvain White, baseado no personagem de mesmo nome criado por Eric Knudsen. Slender Man ganhou fama através de memes na internet e seus contos são conhecidos em vários lugares dos Estados Unidos, tendo diversos formatos, mas sempre mantendo a essência. No longa acompanhamos um grupo de amigas que resolve invocar Slender Man e passam a sofrer sérias consequências em suas vidas. O filme é uma tentativa de narrar um conto popular na internet através de uma perspectiva de terror psicológico e que utiliza de elementos já conhecidos no gênero.

Na trama acompanhamos as amigas Hallie, Wren, Chloe e Katie em sua vida normal de adolescentes na escola. Mas tudo muda quando decidem assistir a um vídeo sobre como invocar Slender Man, uma criatura sobrenatural e sinistra, magro e alto, usando sempre um terno e marcado por não ter rosto. A caracterização de Slender Man ficou muito boa, o personagem foi vivido por Javier Botet. O desenvolvimento da trama teve bons momentos, como a parte em que Wren está a procura de informações sobre o Slender Man na biblioteca, a cena ficou bem intensa e valorizou muito o suspense para criar uma atmosfera de terror bem dosada. As cenas mais próximas do fim também tem grande peso psicológico e retratam muito bem esse tipo de surto, passando uma sensação de terror psicológico bem interessante, que não pretendo detalhar aqui para não dar spoilers, mas que pode te satisfazer se você aprecia o gênero. 

A história teve uma boa introdução, entregando o mundo de forma dinâmica, sem grandes entraves narrativos. A apresentação do mito e sua construção foram bem desenvolvidas e tornaram o filme interessante. Mas isso se perde um pouco a partir da metade do filme, ganhando um aspecto mais arrastado e que pena para se desenrolar. Isso não cega a tirar o brilho da trama, mas a torna um pouco cansativa.

As atuações do filme foram típicas desse gênero, portanto, nada de grandioso ou espetacular. Mas é importante que os personagens saibam interagir com o ambiente de terror proposto pelo roteiro para que o conjunto fique satisfatório. E aqui vemos isso acontecer com naturalidade, os atores conseguem entregar bons desenvolvimentos e passam a sensação necessária nos momentos certos. O destaque fica para Hallie Knudsen, interpretada por Julia Goldani Telles, que apresentou uma personagem casca grossa, sendo capaz de enfrentar os efeitos de Slender Man e chegar até o desfecho desse pesadelo. A atriz passou uma sensação de cética o tempo todo e soube representar bem essa característica. As atuações em geral combinaram perfeitamente com a proposta e ajudaram a criar um bom ambiente de terror para o longa. Não sei se isso pode ser considerado um ponto negativo, mas Tom, interpretado por Alex Fitzalan, teve uma entrada tão repentina quanto sua saída, criando um ar de personagem descartável, sendo um pouco desconexo para a trama.

Mas quando pensamos em um filme de terror, além de um bom roteiro com personagens plausíveis, é vital a parte visual e sonora, resposáveis pela imersão na trama. Em Slender Man: Pesadelo Sem Rosto isso foi muito bem executada e conseguiu criar uma atmosfera de suspense e terror fascinantes. O terror visual são representações subjetivas de cada personagem afetado pelo Slender Man e as cenas que retratam isso foram muito bem desenvolvidas, com efeitos simples, mas que conseguiram atingir o seu objetivo, o de aterrorizar. A trilha também encaixou perfeitamente com a simplicaidade dos efeitos e concretizou a atmosfera sinistra do filme. Os efeitos mesmo simples, entregaram uma boa experiência e criar um atmosfera de terror sólida.

Narrar um conto criado no início da popularização da internet é uma tarefa que pode parecer complexa, mas que foi muito bem executada aqui. O roteiro de David Birke conseguiu passar uma sensação de terror psicológico muito intensa no desenvolvimento da trama, mesmo havendo certos entraves como vimos acima. O filme passou também uma ideia próxima de O Chamado, clássico do gênero, só que atualizado de vhs para vídeos no smartphone, uma realização interessante. Se você curte um pouco de terror psicológico, que mistura boas dosagens de suspense, esse pode ser um filme que vá te entreter, e eu que não sou muito chegado a esse gênero me diverti assistindo e revivendo um conto que conheci na adolescência. O filme está disponível na Netflix e tem cerca de 1h33 de duração e esteve no TOP filmes da plataforma.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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