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Crítica | “Sobreviventes” oscila entre profundo e tedioso

Sobreviventes: Depois do Terremoto se esforça para aprofundar em conceitos filosóficos, mas tropeça em elementos do roteiro.
(Reprodução)

O mais recente drama de ficção científica coreano, “Sobreviventes – Depois do Terremoto”, dirigido pelo visionário Um Tae-hwa, chega aos cinemas prometendo uma jornada cinematográfica repleta de reflexões sobre a natureza humana e o espírito de coletividade. Com Um Tae-hwa no leme e Shin-ji Lee co-roteirizando, o filme se propõe a ser mais do que um mero entretenimento, buscando mergulhar nas profundezas da condição humana.

Entre o conceitual e o superficial

A narrativa nos transporta para um cenário pós-apocalíptico, onde um misterioso terremoto devastou o mundo, deixando apenas um prédio intacto. Os sobreviventes deste refúgio improvável são confrontados com dilemas internos que ameaçam sua existência coletiva. Embora a premissa seja intrigante, o desenvolvimento dos personagens deixa a desejar, oscilando entre o infantil e o superficial, o que acaba por diluir o potencial de exploração dos temas mais complexos.

Sobreviventes: um sci-fi que se perde no drama

O filme inicia com um ritmo envolvente, pintando um quadro vívido de um mundo em ruínas. A ausência de explicações sobre o cataclismo funciona a favor da trama, focando no drama humano em vez de se perder em detalhes científicos. No entanto, à medida que a história avança, ela se arrasta em subtramas e eventos que pouco contribuem para o desfecho, resultando em um clímax que, embora competente, não é particularmente notável.

As performances são boas, com Lee Byung-Hun entregando uma atuação notável, encapsulando a tragédia de seu personagem em meio ao caos. Seu arco narrativo começa forte, mas eventualmente se perde em clichês. Bo-Young Park e Seo-Joon Park, apesar de uma química inicial promissora, também sofrem com um desenvolvimento inconsistente ao longo do filme.

A direção de Um Tae-hwa é um espetáculo à parte, com enquadramentos que capturam a essência sombria do cenário apocalíptico. Ele habilmente utiliza a cinematografia para revelar nuances dos personagens e do ambiente, embora algumas cenas pareçam mais estender a narrativa do que enriquecê-la. Ainda assim, esses momentos não conseguem ofuscar a excelência técnica do filme.

 

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Megulho raso em questões profundas

“Sobreviventes – Depois do Terremoto” tenta, mas não consegue mergulhar completamente nas complexas águas da natureza humana. O filme acerta ao espelhar as facetas sombrias da sociedade, provocando reflexões sobre individualismo e coletividade. No entanto, falha ao não desenvolver essas ideias de maneira mais madura e impactante.

Em resumo, enquanto “Sobreviventes – Depois do Terremoto” se destaca como um drama sci-fi coreano competente, ele não alcança o patamar de outras obras asiáticas que exploram temas semelhantes com maior profundidade e intimidade. Embora possa não justificar o preço do ingresso no cinema, certamente vale a pena ser assistido quando chegar às plataformas de streaming.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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