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Crítica: Super Crooks – ★★★★☆ (2021)

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Do mesmo universo que O legado de Júpiter, Super Crooks é a nova animação de super-pessoas, não superheróis, nem supervilões, já que os personagens da animação estão mais para super-desajustados. A animação no estilo anime-ocidental é a nova aposta para reviver – o cancelado – universo criado por Mark Millar.

Protagonizado por Johnny Bolt (dublado pelo magnífico Guilherme Briggs), que é um supervilão com poderes elétricos e, como qualquer outro vilão genérico, só quer dar o grande golpe. E aqui moram as boas sacadas de Mark Millar, que coloca os personagens principais como vilões, mas nem um pouco megalomaníacos ou com sede de vingança e poder. Aqui a equipe comandada por Calor, os Crooks, só querem dar o grande golpe, mas é claro que esse golpe tem que ser estupendo. Então, a equipe, que conta com Calor, O Fantasma, Previsão, TK McCabe, Roddy e Samuel Diesel, bem como o protagonista e sua namorada, Kasey Anne, tem a missão de roubar um elmo mágico em um certo prédio – para que valha a experiência do espectador, não revelarei qual prédio é esse.

E por se tratar do mesmo universo de O legado de Júpiter, é claro que alguns personagens apareceriam, como Utópico, Lady Liberdade e Onda-Cerebral, por exemplo. E cada um dos vilões é dono de um poder, com excessão do personagem Calor, que usa equipamentos para simular seu poder de fogo. Johnny Bolt tem poderes elétricos, O Fantasma pode ficar intangível, Previsão controla o clima (como a Tempestade de X-men); TK McCabe pode controlar os objetos por telecínese e os irmãos Diesel podem se regenerar. Além dos principais, outros personagens se destacam pelos seus poderes, como o Gladiador, que é superforte e o Pretoriano, que assimila poderes novos e seus poderes aparecem aleatóriamente.

Além da ótima sacada de protagonizar a história com vilões, há, neste universo uma associação de vilões, chamada Rede, que funciona como um sindicato e toda a mitologia em torno disso é instigante, bem como seu líder, o Bastardo – que pode explodir cabeças só olhando para elas. A rede protege os vilões, arma esquemas e designa crimes para os mesmos, em troca de 30%, e as poucas cenas que isso é destaque, são suficientes para desejarmos mais.

E como uma animação adulta, os 13 episódios contam com cenas de ação com muito gore e tripas; cenas sensuais (sem contar a abertura) e dramas adultos, mas nada disso faz a animação ser menor, esses elementos engrandecem cada episódio. Num aspecto geral a estética, animação e sons são excelentes, o Estúdio Bones (o mesmo de Godzilla: Singular Point) não diminui a qualidade em nenhum episódio, nem mesmo nas cenas mais rápidas e fluidas, onde os estúdios costumam errar. E a animação conta com uma trilha sonora muito rica, muito jazz e electro-jazz, sem contar a trilha de abertura que é agradável e cativante.

Estetica e conceitualmente, Super Crooks, é impecável, a história é simples e agradável, os personagens são bons – em especial Roddy Diesel – e o romance/drama entre Anne e Johnny é bem adulto, não segue uma linha imaginativa e inventiva, comum em animação. O único problema no roteiro é a pressa. A temporada se esforça para comprimir duas aventuras sólidas em 13 episódios, sendo a segunda aventura realizada em 3 episódios. E isso passa uma sensação de pressa e correria, mas não dimiui a série.

Em especial, eu me incomodei muito com a boca dos personagens, a maioria deles têm um destaque rosa no lábio inferior e, não sei o porquê, isso me lembra o Steve Buscemi, mas é coisa minha – sim, agora você vai ficar reparando nesse detalhe e vai procurar uma imagem do Steve Buscemi.

No geral, se você assitiu Tiger e Bunny vai gostar de Super Crooks, as animações poderiam ser primas ou do memso universo, já que mesclam muito bem o gênero de herói com dramas adultos. super Crooks pode ser assistido na Netflix.

 

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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