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Crítica: The Batman – ★★★★★ (2022)

(Reprodução)

O épico “The Batman”, com Robert Pattinson, dirigido por Matt Reeves, já está entre nós.

O longa traz de volta às telonas a história do homem-morcego que está em seu segundo ano como o Batman (Robert Pattinson), causando medo nos criminosos à solta. Bruce Wayne aparece tomado pelas sombras do seu alter ego vigilante. Tem apenas dois aliados de confiança – Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o Tenente James Gordon (Jeffrey Wright). Batman se estabelece como a personificação da vingança, ao perseguir os criminosos em uma imensa rede de corrupção que assola Gotham. Um serial killer que tem como alvo a elite dessa sociedade começa a agir, deixando trilhas de pistas enigmáticas para o Batman detetive, em uma investigação pelo submundo, onde ele encontra a Mulher-Gato – Selina Kyle (Zoë Kravitz), o Pinguim – Oswald Cobblepot (Colin Farrel), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton – Charada (Paul Dano). Batman precisa, então formar novas alianças, desmascarar o culpado e fazer justiça ao abuso de poder e à corrupção que há muito tempo assola Gotham.

 Um espetáculo de cinema da melhor qualidade, com muito suspense e ação investigativa, “The Batman” é o filme do Cavaleiro das Trevas diferente de todos os outros, com muito mais profundidade do personagem principal, com maior fidelidade ao que ele representa, às suas histórias nos quadrinhos. Não se trata apenas de um filme de super-herói, mas sim de um herói, que está tomado por vingança, mas que não perde suas habilidades mentais para investigar, buscar por justiça e defender os inocentes.

A trama mostra como o Batman, em seu segundo ano de atuação está combatendo o crime, sendo tomado por uma sede de vingança, de violência, aterrorizando os criminosos quando seu batsinal é iluminado no céu. Logo nos primeiros minutos de filme, o Charada comete um assassinato a uma pessoa importante da sociedade, no melhor estilo que usou o diretor David Fincher em Zodíaco (2007) e Seven – Sete Pecados Capitais (1995), deixando claro o estilo de suspense e investigação que o diretor quis dar ao longa.

Bruce Wayne encontra-se mergulhado na busca pelo serial killer e não possui outro propósito na vida. Durante a investigação, ele conta com a ajuda do tenente James Gordon, com o apoio de seu fiel mordomo, Alfred, e uma nova parceira de ação, a Mulher-Gato, que é inserida na trama como uma pessoa que ele precisa ajudar, mas que também é uma grande aliada na busca por respostas, tendo os dois um objetivo em comum.

O Homem-Morcego vai, assim, desvendando as charadas do assassino e, ao mesmo tempo, encontrando outras figuras criminosas, como Oswald Cobblepot, o Pinguim, e Carmine Falcone, o chefão da máfia de Gotham, o que denuncia o tamanho da corrupção e sujeira que tomam conta da cidade.

Ao demonstrar esses elementos problemáticos em uma cidade grande, imponente e, ao mesmo tempo, acabada, suja, sem esperanças, Matt Reeves faz com que haja uma identificação com os reais problemas atuais de muitas grandes cidades e países do mundo. Sendo assim, não há quem não torça para que haja justiça e solução dos mistérios no desenrolar da trama.

Trata-se de uma história de um herói muito pé no chão, que não possui poderes sobre-humanos, que possui defeitos e problemas familiares, psicológicos, como qualquer pessoa poderia ter. Faz com que os fãs fiquem realizados em ver, em live-action, tudo o que o Batman representa. É o primeiro filme que se atreve a focar na história dele, mostrando do que ele é capaz, sua inteligência, sua habilidade em combate, sua força, sua resiliência, sua imponência, mas também focando em seus traumas, suas fragilidades como ser humano.

É nesse contexto que Robert Pattinson brilha muito no papel, ao contrário do que muito se falava quando da escolha do ator para ser o novo Batman, sua interpretação é bastante expressiva, não no sentido de fazer “caras e bocas”, mas no de passar para o público toda a sua tristeza, sua sede de vingança, busca por justiça, e a loucura de quem não se importa com mais nada na vida. Mas deixa uma imensa empatia, fazendo com que torcemos para que ele alcance seus objetivos. O mais importante é que não é só mais um ator que interpreta um bilionário justiceiro, que veste uma armadura e tem equipamentos high-tech para combater o crime, não há essa contextualização do homem-morcego, há o personagem dos quadrinhos, há o detetive, há o vigilante porradeiro, sem medo de nada, que está encontrando qual é o seu real papel como herói, o Batman que estávamos esperando há um bom tempo.

Obviamente, ele conta com a encenação do vilão principal da trama, o Charada – Edward Nashton, interpretado por Paul Dano, que está incrível, trazendo um jovem louco, assassino, psicopata, que na sua loucura acredita estar limpando a cidade de sua escória corrupta. Uma atuação impecável.

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Zoë Kravitz interpreta Selina Kyle, a Mulher-Gato, que é uma garçonete de boate, nessa versão, entrega muito charme e firmeza em suas ações, a atriz já declarou que sua personagem é bissexual, o que traz uma bandeira de representatividade para o longa.

Colin Farrel traz o Pinguim como um mafioso com carisma, engraçado em certos momentos e que não possui a noção do que é enfrentar o Homem-Morcego. Acertou no ponto.

Há espaço para Jeffrey Wright cativar como o ainda Tenente James Gordon, trazendo um bom policial, querendo acabar com a criminalidade e mantendo a esperança na justiça, ele é o apoio investigativo em quem o Batman confia.

O poderoso Carmine Falcone é interpretado por John Turturro, aquele ator que estamos acostumados a ver em filmes de comédia, mas que nesse traz um mafioso que parece ter saído de “O Poderoso Chefão”.

As atuações são excelentes, sem exageros, sem malabarismos para chamar demais a atenção. São na medida certa. Os personagens se encaixam um na história do outro de forma bastante natural.

Com uma trilha sonora densa, dramática, a ambientação ao estilo gótico, grunge, neo-noir é espontânea, tem-se a nítida sensação de que estamos em uma Gotham corrupta, suja, mas ao mesmo tempo imponente e rica. Os efeitos visuais são muito bons e realistas, as cenas de ação foram realmente pensadas e planejadas, os golpes são claramente visualizados, o espectador tem uma festa para os olhos sem ter a necessidade do fantasioso. Mas não deixa escapar os elementos clássicos do personagem. O batmóvel aparece como uma entidade, como se fosse um animal noturno pronto para atacar, não é apenas mais um carro cheio de gadgets que o Batman utiliza. É algo que realmente impõe respeito.

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O legado de mais de oitenta anos do Batman é honrado nesse longa, principalmente nas cenas de ação, apesar de ter um enredo mais investigativo, em nenhum momento se mostra cansativo, a duração de 3 horas de filme passa em um piscar de olhos, na ânsia que a trama impõe ao espectador para a solução dos casos. É uma trama que celebra um personagem que possui milhões de fãs ao redor do mundo e por tantas décadas. Não tira a fantasia de super-herói e incorpora profundidade e identificação para o Cavaleiro das Trevas.

Sobre Pamella Kubotani

Bacharel em Ciências Econômicas. Nerd desde a época em que isso não era "cool". Apaixonada por super-heróis, por aventuras sobre o "um anel", e pelo o infinito e além. Adm do perfil @garotasupernerd no instagram.

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Um comentário

  1. Parabéns pela análise tão bem detalhada 👏🏽👏🏽👏🏽

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