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Crítica: The Last of Us – 1ª Temporada ★★★★★ (2023)

(Reprodução)

Chegou ao fim a primeira temporada de The Last of Us na HBO Max, e posso dizer uma coisa com certeza: a adaptação é simplesmente fantástica. As adaptações de jogos costumam sempre causar um frio na barriga em todo fã, principalmente devido ao histórico tenebroso de adaptações que surgiram ao longo do tempo.

Entretanto, a HBO conseguiu uma proeza incrível ao adaptar The Last of Us no formato de série. Estamos diante de um novo padrão para futuras adaptações de jogos. O resultado é tão surpreendente, que é impossivel não se emocionar com cada episódio da série. A trama foi melhorada, mais aprofundada, as atuações são impecáveis e o visual da série é muito imersivo. Estamos diante de uma “masterpiece”.

Quem jogou The Last of Us já sabe o nível da qualidade da narrativa do jogo. A preocupação era como essa trama seria adaptada. No jogo, a narrativa é marcada por dramas e também reviravoltas que nos prendem a atenção. Na série, toda a narrativa foi posta em cena da maneira como foi projetada no jogo e, melhor, acrescentaram elementos que deixaram a trama ainda mais imersiva, se aprofundando nos detalhes da vida dos personagens, criando camadas incríveis em suas personalidades.

Não pense que isso se restringe apenas aos protagonistas Joel e Ellie, muito pelo contrário, até mesmo os personagens com pouco tempo em tela são apresentados de forma muito bem elaborada, nos dando pequenas nuances para tentar compreender mais sobre cada um deles. A maneira como a narrativa é construída ao lado do desenvolvimento dos personagens é algo incrível de se acompanhar. Os tiroteios gratuitos e toda ação do jogo foram deixados de lado para incrementar em uma narrativa muito envolvente, e essa decisão foi primordial para tudo dar certo.

Com uma narrativa focada no desenvolvimento entre os personagens ao longo de sua jornada é essencial contar com boas atuações. E aqui não só foram boas, mas excelentes. Pedro Pascal e Bella Ramsey não poderiam ter combinado mais com seus personagens, Joel e Ellie respectivamente. Pascal entrega uma atuação comovente, com um personagem profundo, cheio de traumas, que são expostos através das expressões do ator. Me atrevo a dizer que Joel se tornou um personagem muito mais humano do que aquele psicopata violento dos jogos. Na série, você se importa com Joel e consegue entender suas decisões ao longo da trama.

Bella Ramsey se encaixa maravilhosamente bem em sua versão de Ellie. A atriz me chamou a atenção com sua forma de atuar e pelo seu carisma implacável. A Ellie do jogo já era uma persoangem interessante e bem elaborada, na série, com a atuação de Ramsey, ela ganha uma personalidade única e muito cativante. A sua jornada é muito comovente, acompanhar o seu processo de amadurecimento ao longo dos eventos da temporada é chocante, ao mesmo tempo que incrível.

Esse resultado da produção pode estar ligado a um detalhe: o envolvimento de Neil Druckmann na série. O criador do jogo esteve por trás de cada episódio e deu o seu aval para que tudo acontecesse da forma como foi. Isso foi essencial para o resultado supreendente da série. A parte técnica está impecável, com cenas que recriam momentos certeiros do jogo, como se fossem retirados diretamente de lá. Diversas cenas foram, inclusive, comparadas com as cenas do jogo, mostrando o alto nível de fidelidade ao material de origem. 

Claro, nem tudo são flores também. Muitos fãs chegaram a questionar a falta de combates contra infectados. Ok, podemos até considerar isso como algo a ser criticado, mas convenhamos: seria interessante para a série ficar mostrando cenas de tiroteios gratuitos? Em que isso iria agregar no conteúdo? Se buscarmos responder essas perguntas com honestidade, podemos ver que esses detalhes não poderiam ter sido adaptados de forma interessante. Nem tudo que tem no jogo vale ser adaptado.

A HBO nos presenteou com uma “masterpiece” das adaptações de jogo. The Last of Us é supreendente, cada detalhe da série é elaborado de forma impecável, conseguindo a proeza de tornar a adaptação muito mais envolvente pela profundidade que a obra original. A narrativa foi muito mais bem desenvolvida, aproveitando melhor os dramas dos personagens. As atuações são excelentes, com performances de encher os olhos. A parte visual da série é muito bem construída, recriando momentos do jogo de forma muito fiel. Não tenha dúvida, The Last of Us merece o seu tempo.

A primeira temporada de The Last of Us está disponível no catálogo da HBO Max.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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