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Crítica: Três Vidas – 1ª Temporada ★★☆☆☆ (2023)

(Reprodução)

Com uma pegada que lembra Orphan Black, Três Vidas chegou no catálogo da Netflix prometendo uma história recheada de mistérios, investigações e as tão queridas “cenas quentes” da plataforma. A série conta uma versão de uma história real, em que três irmãs gêmeas são separadas no nascimento, mas após um acidente, descobrem a existência uma da outra.

Como um thriller de investigação, a série até que se esforça, mas falha miseravelmente em estabelecer relação entre as cenas e os acontecimentos, parecendo um mosaíco bizarro. O carisma de Maite Perroni é completamente desperdiçado com os excessos esdrúxulos que a série entrega.

Na história, vamos acompanhar a perita forense Rebbeca que, durante uma investigação de assassinato, se impressiona com o fato de que a vítima do crime é idêntica a ela. A personagem inicia então uma investigação sobre a pessoa e acaba descobrindo que as semelhanças não são apenas físicas, elas possuem o mesmo DNA e a mesma data de aniversário, dá pra imaginar?

A investigação começa a ficar ainda mais densa e, no processo, ela descobre outra pessoa que também se parece muito com ela e que de alguma forma está envolvida no caso. A partir daí, a história começa a ganhar uma proporção muito maior, envolvendo muito mais do que Rebecca poderia imaginar.

O grande problema está aí, ao começar a expandir essa trama, as coisas começam a ficar desconexas e mal elaboradas. A narrativa sofre ao tentar estabelecer conexão entre os acontecimentos, jogando tudo na tela de forma aleatória, como se não houvesse um ritmo a ser seguido, ou então, como se as cenas tivessem sido gravadas em intervalos muito grandes. Isso estragou completamente a experiência, o que me desanimou bastante ao seguir acompnhando a série.

Outro ponto que não favorece a série são as atuações fracas e sem nenhum carisma, com personagens vazios, que parecem surgir só para preencher uma lacuna dentro dos acontecimentos. A sensação de investigação, de se ligar com cada passo dado pelos persoangens principais na busca por respostas é desinteressante graças a essas atuações ruins.

Maite Perroni se esforça para não deixar a peteca cair, mas em muitos momentos é possível perceber que ela está atuando de forma exagerada, fazendo caras e bocas que não pegam bem para sua reputação, enfranquecendo ainda mais a produção.

Como dito mais acima, a montagem da série é enfadonha, as cenas parecem não se encaixar, deixando uma sensação de que tudo é desconectado e acontece de forma separada, quando na verdade isso não deveria acontecer. A direção da série ficou a cargo de Leonardo D’Antoni e Alba Gil que fracassam miseravelmente na tentativa de construir qualquer coisa que seja minimamente interessante. A dupla parece não saber bem o que quer da série, misturando momentos que não conversam entre si. O foco em “cenas quentes” é perturbador, parecendo até que o objetivo da série era mais esse do que fazer um trabalho decente.

Enfim, posso dizer sem nenhum tipo de dúvida que Três Vidas é uma completa perda de tempo, uma série mal feita, que utiliza o nome da Maite Perroni para se autopromover. A história em si é boa, poderia ter funcionado bem, mas graças ao roteiro mal escrito, só deixa a desejar e nos faz passar raiva. As atuações são abaixo da média, com performances caricatas e nada carismáticas, fora Maite Perroni que parecia completamente perdida. A montagem da série é horrorosa, amadora e desconexa, um verdadeiro show de aberrações. Se você curte um thriller e esperava algo que pudesse ao menos ser parecido com Orphan Black, esqueça, essa série não vale o seu tempo, mas se quiser se arriscar, é por sua conta e risco.

A primeira temporada de Três  Vidas está disponível na Netflix.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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