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Crítica: Trese – ★★★☆☆ (2021)

(Divulgação)

A nova animação da Netflix, Trese, chegou recentemente ao catálogo da platafoma e traz a adaptação de uma premiada HQ filipina, que explora mitos e lendas da região. A animação tem uma qualidade impecável, tendo sido muito bem adaptada. A história é interessante e sombria, nos mantém preso do começo ao fim, ainda mais com os episódios sendo dinâmicos e curtos, o que torna a maratona certeira.

Na série, acompanhamos os passos de Alexandra Trese, uma jovem investigadora do sobrenatural, que trabalha arduamente para manter o equilíbrio entre o mundo dos homens e das criaturas sobrenaturais. Mas a vida de Alexandra nem sempre foi desta forma, antes de se tornar responsável por manter este equilíbrio, a tarefa era de seu pai, que a ensinou como sobreviver nestre mundo sombrio e infestado de criaturas vis e sinistras. Após trágicos acidentes em sua vida, Alexandra se vê compelida a seguir os passos de seu pai e lutar contra tudo e todos para manter o equilíbrio entre o mundo dos humanos e o dos monstros.

Embora Alexandra tenha um aspecto de durona e que faz tudo sozinha, ela está sempre acompanhada dos gêmeos Crispin e Basilio, que a seguem desde sua juventude quando foram rejeitados e ameaçados de morte por seu pai, o Deus da Guerra. Além dos gêmeos, a polícia local também tem seu apoio na figura de Guerreiro, um chefe de polícia que foi amigo de seu pai e já o ajudou a enfrentar diversos perigos. Alexandra também conhece uma figura interessante e sinistra chamada Nuno, um tipo de goblin que vive nos esgotos e a ajuda com informações sobre o mundo dos monstros.

A história se desenrola em Manila, uma versão da capital das Filipinas, que foi muito bem retratada nos ambientes em que a série se passa. Os aspectos sombrios de vielas da cidade ajudam a criar o clima de terror e tensão da narrativa, que se desenrola de forma tranquila, sem muitos entraves, indo direto ao ponto. O ponto forte da narrativa, como em diversas produções da Netflix, é a aposta em uma grande reviravolta que irá trazer um grande impacto na trama próximo do seu desfecho. Isso foi muito bem utilizado em Trese, sem que parecesse forçado, e, graças ao dinamismo da animação, funcionou perfeitamente. O clímax da história chega quando Trese percebe conexões de casos recentes com um passado que será revelado e que pode trazer a tona um grande perigo para ela e todos na cidade de Manila. Além da trama principal, também temos sub tramas muito bem desenvolvidas que exploram o passado de Trese e a conexão dela com seus entes queridos, ressaltando que a família está além da conexão de sangue, sendo os laços cultivados de forma verdadeira os mais importantes.

A animação é voltada ao público adulto, com diversas cenas de violência e muito sangue. Os combates foram muito bem desenhados e passam uma sensação de continuidade excelente se você curte belas cenas de luta. A protagonista também ajuda muito a deixar as cenas de ação ainda melhores com suas habilidades mágicas e técnicas de luta corpo a corpo, e também quando utiliza sua única faca, são cenas realmente épicas. A animação de combate em certos momentos chega a lembrar um pouco a fluidez da animação de luta de Castlevania. As cores e o tom sombrio aplicado em todas as cenas também funcionam bem e criam uma atmosfera sombria, em que a qualquer momento algo pode acontecer.

Trese é uma animação completa, muito bem desenhada e animada, com ótimas cenas de ação, magia e uma história sombria e envolvente, que te prenderá do início ao fim. A série chega em um mês com grandes novidades de animação, nos mostrando que a aposta da Netflix é séria e que pretende entregar para o público um conteúdo mais vasto e de qualidade. Se você se interessa por animações e curte o tema investigativo com uma pitada sobrenatural, Trese é para você. A série conta com 6 episódios de cerca de 30 minutos cada, uma ótima pedida para maratonar.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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