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Crítica: Um Lugar Silencioso – Parte 2 ★★★★★ (2020/2021)

Um Lugar Silencioso: Parte II': o apocalipse continua – e com brilho | VEJA

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Estreou hoje nos cinemas brasileiros a sequência de Um Lugar Silencioso, aclamado filme lançado em 2018. O sucessor, diferentemente de diversas sequências que vemos por aí, mantém o ótimo nível do primeiro filme, expandindo mais um pouco o universo em que a história se passa.

Um Lugar Silencioso 2 se inicia momentos depois do final do predecessor, contando a sequência da história de Evelyn Abbott (Emily Blunt), e seus três filhos, Marcus (Noah Jupe) e Reagan  (Millicent Simmonds) e o bebezinho recém-nascido. Além do quarteto já introduzido, temos o acréscimo de Emmet, o Peaky Blinder favorito da galera, que é interpretado por Cillian Murphy.

O filme não traz, no geral, a mesma abordagem do primeiro, que se passa, em grande parte, na fazenda em que os Abbott vivem. Apresenta, assim, duas histórias paralelas, a de Reagan e Emmet e o núcleo de Evelyn e Marcus, cada um tentando sobreviver a sua própria maneira.

Novamente a direção de Jim Halpert, digo, de John Krasinski, apresenta os elementos que nos fizeram adorar o primeiro filme. Então, a atmosfera de silêncio e as cenas de tensão são abordadas com muita qualidade, trazendo o clima de tensão para diversos momentos chave. Além disso, os momentos em que Reagan é destaque, aqueles que retratam a forma do surdo sentir o seu entorno, também são pontos altos do filme, isso porque as cenas são impecáveis.

Junto com essa fórmula de sucesso, são acrescidas à história várias cenas de ação, que também são trazidas com grande qualidade e de forma a mostrar como os humanos podem combater os monstros.

Outro elemento que merece destaque é o acréscimo de Emmet à história. Ele é o típico personagem de filme de apocalipse que perdeu tudo que tinha e que por isso é cético quanto a possíveis coisas boas que poderiam acontecer ao mundo. Aqui, ele faz contraposição ao personagem vivido por John Krasinski no primeiro filme. É exatamente analisando esses opostos que podemos ver as diferentes realidades das pessoas em um mundo destruído. Junto com a apresentação de um novo personagem, Um Lugar Silencioso 2 também expande a realidade do seu predecessor, isso porque a nova história supera os limites territoriais da fazenda dos Abbott.

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Por mais que a premissa de um mundo destruído seja algo comum em filmes de apocalipse, Um Lugar Silencioso 2 traz alguns elementos diferentes, exatamente pelo fato de os monstros serem guiados por som. Então, por haver som ambiente em diversos momentos, a perspectiva trazida para o espectador é relativamente diferente de outros filmes do gênero.

Como paradigma para isso, podemos citar o último filme de Zack Snyder, Army of the Dead. Nele, o som ambiente vivenciado pelos personagens é repleto de barulhos produzidos por esses. Não há, assim, muita preocupação em evitar conversas ou pequenos sons, que são aqueles praticados no dia a dia, como o som de caminhar ou de um prato batendo na mesa. Por mais que zumbis também persigam sons, não há uma regra obrigatória de silêncio. Assim, poucos são os impedimentos para que os personagens conversem ou algo parecido. O apocalipse aqui é bem barulhento.

Outro elemento importante é a questão da inclusão. Pelo fato da filha mais velha dos Abott não ouvir, há constante referência no filme à linguagem de libras. Isso pode parecer algo irrelevante para alguns, mas é algo muito importante e representativo para aqueles que têm surdez, total ou parcial. É muito interessante como a linguagem inclusiva se torna um elemento que colabora para a sobrevivência das pessoas, sendo algo chave para que os personagens principais sobrevivam ao longo dos filmes. Aqui é possível citar como exemplo de inclusão similar a esse, as pessoas que já eram cegas antes do mundo entrar em colapso nos filmes Birdbox e Ensaio Sobre a Cegueira. Com base nessa inclusão, é possível que o espectador sinta a trama de maneira diferente, que assista momentos que fogem do padrão do cinema norte-americano.

Dessa forma, é possível verificar que Um Lugar Silencioso 2 abraça a fórmula de seu antecessor, mas também apresenta novas realidades do apocalipse, em especial com cenas de ação entre os humanos e os monstros.

Antes de assistir a sequência, revi o primeiro filme, por isso garanto que os dois são de ótima qualidade e que o segundo honra muito bem o legado do primeiro.

Assim, caso você esteja vacinado (e sua família também) e queira ir ao cinema, Um Lugar Silencioso 2 é uma ótima pedida e, provavelmente, um dos grandes filmes de 2021.

Sobre Felipe Costa

Aspirante a Power Ranger Vermelho, jogador de Fate Grand Order e Advogado, quando a responsabilidade bate. Também participo do podcast Apenas um Papo

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