Queimando na largada e forçando o espectador se arrastar até o final, Uncharted: Fora do mapa, mostra como uma adaptação pode ser bem tediosa mesmo seguindo os clichês da obra original.
Tom Holland é um péssimo Natan Drake, Mark Wahlberg é um ótimo Natan Drake (e um Sully medíocre). As poucas atuações memoráveis são em uma ou outra cena de ação, que é pouco presente no filme e o desenvolvimento dos personagens é corrido quando não precisa e arrastado quando o que se precisa é de ação.
O vilão é o único personagem canastrão (qualidade de Natan nos jogos), mas tem uma interpretação sem-sal do ator Antonio Banderas, que varia entre galã de novela mexicana e vilão de filme B.
Como uma adaptação o filme acerta em vários pontos, como os quebra-cabeças que envolvem portas ou fechaduras secretas. Outra boa sacada é as cenas de parkour (ou quase) que o Natan protagonisa, pois isso remete muito bem ao comportamento do personagem nos jogos. Mas em contrapartida algumas adaptações foram péssimas escolhas, como a cena em que Natan conhece Sully, o filme fez isso parece algo esperado por Sully, como se ele esperasse e acompanhasse Natan a vida toda esperando pelo momento em quem ambos se encontrassem.
Uma ótima escolha dentro do longa é o destaque para as personagens femininas, Sophia Taylor Ali e Tati Gabrielle são boas atrizes, mesmo com personagens fracos, como é o caso de Tati Gabrielle que faz uma vilã que não apresenta uma motivação convincente, sendo só má por ser má.
Uncharted passa a sensação de um filme com péssimas escolhas criativas e de elenco. Tom Holland faz um Natan Drake que está entre a adolescência e a vida adulta, sendo difícil crer que ele é capaz de tanta ação, fugindo do personagem dos videogames. A falta de um climax que prenda o espectador mostra como o roteiro peca em adaptar um jogo para outra mídia.
Por fim, Uncharted: Fora do mapa é um filme de ação-aventura que não chega perto do nível de aventura dos jogos, mesmo referenciando muito bem a obra original.