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Crítica: Venom: tempo de carnificina – ★★★★☆ (2021)

Depois de alguns trailers e muita expectativa, o segundo longa do simbionte mais amado da Marvel está entre nós. Com algumas pequenas melhorias no design do anti-herói, Venom: tempo de carnificina é uma ótima pedida para quem sente falta dos filmes da Marvel (mesmo não sendo dos estúdios Marvel).

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Rompendo com a seriedade do primeiro longa, Venom: tempo de carnificina, bebe – e muito – das fontes da Marvel Studios. Produzido pela Columbia Pictures em parceria com a Marvel e distribuído pela Sony, o filme aplica a fórmula Marvel na sua construção: humor, ação bem feita e referências satisfatórias. Mas o humor é, sem dúvidas, a maior e melhor aposta do filme (depois desse filme, Barão Zemo e Thor já podem chamar mais um para a turma da balada).

Carnage's Fury: Andy Serkis explains the Venom nightclub scene
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Por ser uma sequência, é natural as comparações com o primeiro filme, e Venom 2, não deve nada ao seu antecessor. A qualidade do CGI está melhor, o design do simbionte está melhor e a relação de Eddie Brock com Venom é menos pastelão e mais crível. O maior problema em relação ao CGI acontece na batalha final, há um momento em que o Carnificina parece um “bolo de carne”, parecido com o Tetsuo de Akira – mas é relevante, dada a quantidade de CGI no filme. E o ápice do CGI, em termos positivos, é a primeira transformação de Cletus em Carnificina, a cena passa agonia e dor, algo combina com ambos os personagens.

Dessa vez a trama é mais pé no chão, tirando a atenção para grandes bases espaciais ou cientistas e focando em vilões mais “simples”, eliminando o passo maior que a pena do primeiro filme (toda a trama com naves espaciais e bases ultra-secretas). Cletus (Woody Harrelson) é um ótimo vilão, entregando uma atuação próxima a Assassinos por Natureza (1994, estrelado por Woody Harrelson), fora a “cara de maníaco”, as falas do personagens são excêntricas e assustadoras, fazendo dele um vilão que teve menos de tempo de tela que deveria. Já, Shriek (Naomi Harris) deixa a desejar, servindo como um Deus Ex no final do filme, mesmo sendo a personagem que está mais envolta de expectativa dentro do filme. Entretanto, Anne (Michelle Williams), a ex-noiva de Eddie, é que nos surpreende em uma cena eletrizante. Todos esses personagens são interessantes e com boas participações, sendo alguns injustiçados pelo tempo de tela, como Cletus e Carnificina (que são dois personagens diferentes).

A relação de Eddie e Venom é o ponto forte do filme, se no primeiro longa os dois estavam na fase da adaptação, agora estão em um relacionamento – que, por muitas vezes, se assemelha aos relacionamentos amorosos -. E a trama só acontece por causa da relação dos dois, algo que acaba sendo forçado em alguns momentos, mas nada que seja desgostoso de acompanhar. E o Venom acaba brilhando mais que Eddie, por ser mais senciente e menos passivo com suas necessidades (a cena da balada diz tudo o que o simbionte sente, mas vou evitar spoiler).

Sendo um filme que necessita muito de CGI, é impossível não perceber a qualidade técnica, principalmente nas transformações de Cletus em Carnificina ou na luta entre Venom e o vilão. Mas, como nem tudo são rosas, as cenas em que o simbionte de Eddie aparece em suas costas são bizarras, é estranho de se assistir, mesmo com o CGI bem feito.

Venom: tempo de carnificina é bom, ainda mais em um mercado recheado de filmes de heróis. O vilão é interessante, exalando maldade e que passa essa maldade pela interpretação de Harrelson. A trama é dividida em momentos: Venom e Eddie; Eddie e Cletus; Cletus e Carnificina; e Carnificina e Venom; sendo todos os momentos bem realizados, principalmente no contexto geral, fazendo desses momentos algo coeso e bem construído.

O filme segue em exibição nas salas de cinema, já com uma boa bilheteria, que pode resultar em uma sequência – que pode envolver o MCU -. Com Tom Hardy já confirmando o contrato para uma possível sequência e uma certa cena pós-crédito, podemos esperar por um filme ainda mais grandioso, mas, por hora, Venom 2 é o melhor da franquia.

Se você chegou até aqui: a She-Venom aparece no filme e, pelo jeito que o Carnificina “nasceu”, podemos esperar por mais participação dela no futuro.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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