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Crítica: Vingança e Castigo – ★★★★★ (2021)

Crítica | Vingança & Castigo
Divulgação

Fugindo dos estereótipos westerns, mas não dos clichês, Vingança e Castigo é uma joia rara para um gênero abandonado do cinema de ação. Estrelado por Jonathan Majors no papel de Nat Love, com as participações brilhantes de Zazie Beetz, Idris Elba e Regina King, Vingança e Castigo é um filme recomendado para todos os públicos fãs de filmes de ação.

A história se passa no final da era de ouro dos westerns americanos, perto da virada do século XIX para o século XX, mesma época que se passa Red Dead Redemption 2. Com um elenco todo composto por protagonistas negros, o filme pode ser entendido como um Black Western, com uma história fictícia inspirada em bandidos e homens da lei que existiram.

Motivado por vingança, Nat Love, busca matar Rufus Buck (Idris Elba) e acabar com a Gangue do Capuz Carmim. Nessa jornada somos apresentados aos clichês de velho oeste: empasses e duelos, briga e cantoria no saloon, bancos e trens sendo assaltados e um visual deslumbrante e bem característico. Sob a direção de Jeymes Samuel, o filme moderniza alguns temas, sem se perder na “lacração”. Justamente por colocar protagonistas negros em cenários em que pessoas brancas se destacam, o filme caminha sobre cascas de ovo, mas sem perder o brilho.

Este não é um filme inovador em sua essência, a vingança é um pano de fundo para coisas maiores, como os protagonistas e as cenas de ação. Com momentos em que sabemos o que vai acontecer e momentos que nos impressiona, o filme é recheado de ação, há uma morte que é tão chocante que fica difícil segurar a reação. Destas cenas, algumas se destacam, como o assalto ao trem, que tem um ar de Tarantino em sua composição; a cena da chegada de Rufus na cidade e como ele expulsa o xerife; e claro, o combate final, com mais de quinze minutos de pura ação, mexendo com nossas emoções, com subidas e descidas no quesito adrenalina.

Entre as cenas que mostra a intenção do diretor em criar um Black Western, temos o assalto ao banco que mostra pessoas brancas sendo assaltadas por negros e Nat Love, em tom de ironia diz: É o progresso chegando. Essa frase dentro do contexto geral é uma viso de que velhos gêneros do cinema estão sendo revisitados com novos olhares. E sem querer “lacrar”, o filme conta com um personagem transgênero, Danielle Deadwyler representa Cathay/Cuffee, um dos criminosos do bando de Nat que se identifica como homem. há até uma cena que a personagem diz ter nascido Cuffee no corpo de Cathay.

O maior destaque, nos quesitos técnicos vai para a trilha sonora, que mistura Hip Hop com jazz e muito country-rock, também misturado com jazz. E cada música carrega um sentimento e uma intenção dentro do filme, trazendo um peso maior para as cenas. Algumas músicas foram dubladas, o que causa estranheza em ver a falta de sincronia labial, mas nada que seja danoso à experiência do espectador.

Vingança e Castigo é um Western fora do convencional, recomendado para quem busca um filme de ação e com bons personagens. O plot final do filme é fantástico, mas morno. Entretanto, até chegar ao plot final, tanta coisa boa acontece, que faz valer as quase duas horas de filme.

Vingança e Castigo está disponível na Netflix.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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