Com 11 episódios distribuídos pelo HBO-Max, Young Rock conta a história de The Rock, ou Dwayne Johnson, em três fases da sua vida: criança, adolescência e jovem adulto (durante a faculdade), isso tudo narrado pelo próprio Dwayne em uma campanha presidencial fictícia no ano de 2032.
O primeiro grande destaque vai para o elenco, que é muito parecido com as pessoas representadas, principalmente Adrian Groulx (Dwayne de 10 anos), Bradley Constant (15 anos) e Uli Latukefu (18 anos) e seus pais Stacey Leilua como Ata Johnso e Joseph Lee Anderson como Rocky Johnson. E outros personagens que aparecem durante a série que se assemelham às pessoas reais que viveram com Dwayne Johnson, também são parecidos. Já nesse ponto percebemos a dedicação em produzir algo visualmente agradável, principalmente para os mencionados na série.
Se passando em 4 linhas do tempo diferente a série não se perde, alguns episódios são focados em um momento da vida de Johnson, outros episódios se passam em mais de uma linha temporal, mas com uma dinâmica coesa. Todos eps. seguem a mesma fórmula, Dwayne Johnson começa uma fala em uma entrevista e somos levados para seu passado e em todos os episódios temos uma lição de moral no fim (essa é a parte chata da série, parece com aquelas lições de moral de He-Man dos anos 80).
Sendo a maior parte realidade, com aspectos de ficção, mais por efeito narrativo, Young Rock conta sobre a decadência da carreira do pai, lutador de Luta Livre, aquelas que a luta é “falsa” e com um enredo; conta, também, sobre a adolescência rebelde e os pequenos delitos cometidos por Johnson para impressionar uma garota; mas toda narrativa caminha para o ingresso na carreira de jogador profissional da NFL, evento que não acontece na primeira temporada, mas que cria uma tensão muito envolvente, principalmente nos dois últimos episódios.
O ponto forte é a comédia, que não é um “Todo mundo odeia o Chris”, a melhor comparação que consigo fazer é com os episódios “sérios” de “Um maluco no pedaço”, pois há drama e comédia juntos, e, não raro, você se pegará desejando o desenrolar da parte dramática, ignorando a cômica, menos no episódio 9, esse é perfeitamente cômico, com referências aos clássicos de ação dos anos 80-90.
O final da temporada é emocionante, acompanhamos Johnson sendo recusado pelos times da NFL, na linha do tempo jovem e depois vemos ele e sua mãe, depois de tanto sucesso, em uma conversa pessoal e de pura satisfação, chega a emocionar. No geral, muita gente vai se identificar com a série, principalmente pela questão do esporte ser a única saída para a família, como é aqui no Brasil, bem como pela dedicação e vontade de melhorar a vida dos pais, como acontece em várias famílias.
Com 3 Dwaynes protagonizando a série, um deles vai te agradar mais e um menos, no meu caso foi a versão de 15 anos, é bobinha nos primeiros episódios, mas é dona da melhor cena de comédia (até o ep. 9), na qual o diretor da escola acredita que Dwayne é um policial disfarçado por não parecer com alguém de 15 anos, essa cena se repete várias vezes e isso é cômico demais.
Com uma segunda temporada confirmada, Young Rock é uma daquelas séries leves para assistir durante o almoço ou numa tarde preguiçosa.