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Lula atribui jogos eletrônicos como um dos motivos para violência nas escolas: “Não há games sobre amor”

(Reprodução)

O presidente Lula afirmou hoje (18) que os jogos eletrônicos contribuem para o aumento de ataques violentos nas escolas brasileiras. Durante um discurso sobre a responsabilidade dos pais na educação dos filhos, Lula defendeu que os jogos impactam negativamente as crianças.

“Não há games sobre amor. Não há games sobre educação. São jogos ensinando os jovens a matar. E cada vez mais mortes do que na Segunda Guerra Mundial. É só olhar os jogos que esses jovens jogam. São meus filhos, seus filhos, meus netos, seus netos”, declarou em um encontro com governadores, ministros e representantes dos poderes judiciário e legislativo.

O tema da reunião foi ações integradas para prevenir casos como o de Blumenau, onde, cerca de duas semanas atrás, um homem entrou em uma escola e assassinou 4 crianças. Em seu discurso, Lula admitiu que podem haver “raríssimas exceções” de jogos não violentos, mas culpou até mesmo os games online. Os trechos citados podem ser vistos no vídeo abaixo, a partir de 2 horas, 29 minutos e 29 segundos.

“Eu duvido que exista uma criança de 8, 9, 10 ou 12 anos que não passe grande parte do tempo jogando essas porcarias. E mais, hoje as crianças jogam com pessoas de outros países. Passam a noite jogando. E tudo resulta nessa violência entre crianças”, argumentou.

Antes de mencionar especificamente os jogos eletrônicos, o presidente pediu aos pais que repensem atitudes cotidianas. Ele citou adultos que entregam tablets a crianças para que parem de chorar, afirmando que essa pode ser uma atitude prejudicial para os menores.

A relação entre jogos e violência não é exatamente uma novidade. Há diversos casos de figuras públicas e políticos que acreditam que os games podem ser parcialmente responsáveis pelo aumento de crimes de ódio.

Uma cruzada contra os games

Em 2021, uma história que ganhou destaque foi a do político americano Marcus C. Evans Jr. Observando o aumento no número de casos de roubo de carros em Illinois, ele propôs uma emenda para proibir títulos como GTA. No texto, ele menciona que jogos do gênero estariam contribuindo para a promoção dos crimes.

Recentemente no Brasil, o deputado Zé Trovão (PL/SC) solicitou ao governo federal a suspensão da circulação de jogos com conteúdo violento no país. O pedido foi enviado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Há diversos estudos sobre o tema, e a maioria sugere que não há causalidade entre o aumento da violência e os games. Ou seja, pessoas podem se inspirar em jogos violentos para cometer assassinatos, roubos ou outros atos, mas há outros fatores mais importantes do que o fato de o criminoso se divertir ou não jogando.

Em 2020, um estudo da Associação de Psicologia Americana concluiu que “atribuir a violência a jogos eletrônicos não é científico e desvia a atenção de outros fatores, como um histórico de violência”.

Embora a discussão sobre a influência dos jogos eletrônicos na violência continue, é fundamental considerar os múltiplos fatores que podem contribuir para o comportamento violento, como questões socioeconômicas, problemas familiares e de saúde mental. Atribuir a culpa apenas aos jogos pode desviar a atenção e os recursos necessários para abordar essas questões complexas de maneira mais eficaz.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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