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Mesclar o gênero de ficção-científica com o western não é novidade na cultura pop, temos exemplos de feitos nessa linha como Cowboys e Aliens (2011) ou então a série Westworld. Por mais estranha que essa combinação possa parecer, ela funciona bem, ainda mais quando construídas com um roteiro bem elaborado, que sabe valorizar os elementos que consagram o gênero. E para minha honesta surpresa, Outer Range é uma série que soube muito bem usar esses elementos para dar início a uma trama misteriosa e intrigante. A série gira em torno da família de Abbot, que vive em uma fazenda no estado de Wyoming. A vida da família seguia normal, com os problemas comuns, até que uma misteriosa jovem surge pedindo para acampar nas terras, alegando ser uma poeta em busca de inspiração.
A estranha e inusitada situação desencadeia uma série de eventos absurdos, mesmo que não estando interligados. Em um dia qualquer, Abbot estava procurando vacas que haviam sumido na contagem quando encontra um misterioso e sinstro buraco no meio de seu terreno. Esse buraco possui um tipo de fumaça preta e não é possível ver o seu interior.
A Amazon liberou os dois primeiros episódios da série, o que ajuda a dar uma boa ideia do que podemos esperar da trama. Nos primeiros episódios somos apresentados à família de Abbot, sua esposa Cecilia e seus filhos Perry e Rhett, e a forma como se relacionam. Eles começam a construir um pouco da personalidade dos personagens. Também somos apresentados a outros personagens, que são vizinhos da família de Abbot, e que irão se envolver em uma trama pra lá de compelxa. Seus filhos tem uma certa richa com os vizinhos, até que um dia as coisas pioram e acontece uma briga no estacionamento do bar que não acaba bem. Desesperados com o ocorrido, Perry e Rhett precisam contar com seu pai para ajudá-los a solucionar o problema. E de alguma forma, esse acontecimetno se mistura com o recém descoberto buraco misterioso de um jeito um tanto quanto surpreendente.
Os personagens da série foram bem introduzidos, com boas características que remetem bastante ao personagens típicos de western. O destaque da série é o personagem de Josh Brolin (Vingadores: Ultimato), o fazendeiro Abbot, que chegou naquela vizinhança muito novo, de uma forma que ainda não nos foi completamente explicada. O personagem é o tipo cowboy mesmo, com aquele jeito de durão, casca grossa, que Brolin entrega muito bem. Nessa estreia, as atuações me pareceram muito bem dosadas, encaixando bem com o contexto, sem soar forçado ou clichê demais. Os atores escolhidos estão bem e dão a entender que seguirão por essa linha, mas tudo pode mudar.
A forma como a série se desenrola está muito próxima dos westerns conhecidos, com uma trama que vai se desenvolvendo sem pressa de chegar no seu objetivo, explorando bem os elementos ao redor, criando uma sensação de imersão. Outer Range vem com uma ideia de nos fazer questionar sobre o desconhecido e, desta forma, o desenrolar mais lento é um fator positivo, pois contribui para construir os mistérios que rondam a trama. A fotografia da série é excelente, com ótimos visuais e cortes muito bem realizados. Cenas em que os personagens estão a cavalo, ou os cortes das planíceis, são belas de se ver. Visualmente a série tem um impacto muito forte.
Outer Range tem tudo para se tornar uma das produções mais interessantes da Amazon. Mesmo a proposta não sendo completamente inovadora, o mistério da série é bom o sufuciente para prender nossa atenção, ainda mais para quem é fã do gênero. As atuações nesses dois episódios de estreia estão boas e bem encaixadas. O visual da série é seu ponto mais forte, com belas sequências e paisagens admiráveis. Se você gosta de ficção-científica e da mistura com o western, pode acabar gostando de acompanhar essa série.
Outer Range estreou na Amazon com 2 episódios e toda sexta é disponibilizado um novo episódio.
