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Primeiras impressões: Pacificador – ★★★☆☆ (2022)

(Reprodução)

A série spin-off de O Esquadrão Suicida acabou de chegar ao HBO-Max, cheia de violência e ação, estrelando John Cena e Robert Patrick.

Piadas de “tiozão”, rock, palavrão, uso de drogas, conteúdo sexual e violento; isso até parece com a classificação indicativa de algum besteirol americano, do tipo “American Pie”, mas é Pacificador. A nova série da DC, transmitida no streaming HBO-Max, chegou com tudo!

Os três primeiros episódios chegaram todos de uma vez, servindos como um “abre-apetite”, recheados de conteúdos adultos, a série traz em seu elenco John Cena (Pacificador) e Jennifer Holland (Steve Agee), que retornam de O Esquadrão Suicida. O elenco também contará com novos nomes no Universo Estendido DC (DCEU): Danielle Brooks (Leota Adebayo), Christopher Heyerdahl (Captain Locke), Chukwudi Iwuji (Clemson Murn), Robert Patrick (Auggie Smith), entre outros. Dessas novas caras, Robert Patrick é a adição mais agradável aos nostalgicos, o ator é o mesmo que interpretou o T-1000 em Exterminado do futuro 2, e aqui, em Pacificador, ele deverá ter um papel fundamental na trama, como vimos no episódio 2.

A série é escrita e dirigida por James Gunn e segue a mesma “pegada” que O Esquadrão Suicida (o segundo filme da franquia), com muito humor-seco, violência e personagens desajustados. Até aqui, sem problemas, a série tem muitos elementos positivos. O personagem Vigilante é um desses desajustados que casam perfeitamente com a proposta da série.

Entretanto, a quantidade excessiva de desajustados por “frame” é muita, a tentativa de humor com personagens excêntricos me lembrou The Big Bang Theory, onde cada minuto de tela temos alguém peculiar de alguma forma. É aceitável isso dentro da premissa da série, mas casativo, fazendo alguns momentos serem constrangedores, como a aprição do Vigilante e as falas sobre pênis e virilha.

Fora os personagens excêntricos, a quantidade de piada/momento galhofa é um outro fator cansativo, como quando o Pacificador “pula” do prédio, repetiram a mesma piada por várias vezes seguidas. Por outro lado, a galhofa cai muito bem quando a série trata de temas sérios, como assédio ou racismo, que são momentos onde a galhofa é inexistente e o clima é sério, como o assédio no bar ou quando Auggie Smith atende os policiais asiáticos, ambos momentos sem nenhuma dosagem de humor (ou se estava lá, foi para constranger).

(O maior destaque de constrangimento vai para a abertura)

Dentre o que mais chama a atenção nos três primeiros episódios temos a violência, que é tratada como um meio necessário para algo maior, desde o bordão do anti-herói até a criação da equipe protagonista. A forma como a violência está na série, contrastando com o humor-seco, é inegável a comparação com o Deadpoll, mas funciona melhor, já que os filtros televisivos aqui são quase nulos.

E o Pacificador é uma espécie de Johnny Lawrence: adulto emocionalmente problemático; apegado a velharias nostálgicas, como CDs e discos de vinil; sem falar que sempre que o pacificador faz alguma coisa toca um rock, o mesmoa contece com o personagem de Cobra Kai – e isso não é uma crítica ruim ao personagem, ambos combinam com esse estereótipo.

Por ainda estar em seu 3° episódio é cedo estabelecer algum paradigma geral, com muitas lacunas e perguntas à seres respondidas, a série tem tudo para ser uma boa abertura para 2022. Apenas o fato de tratar violência, racismo e outras coisas de maneira politicamente incorreta, mas sem se deixar ser preconceituosa ou discriminatória, já fazem de Pacificador uma boa pedida. Com episódios semanais, Pacificador ainda terá muito para se falar e apreciar.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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