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Crítica: Um príncipe em NY 2 é uma aula de como uma sequência deve ser

As estreias de MARÇO do Amazon Prime Video | 'Nós', 'Um Príncipe em Nova York 2', 'Invincible' e muito mais! | CinePOP
Um príncipe em NY 2/ Divulgação

O filme Um príncipe em NY 2 estreou na Amazon Prime Vídeo, com Eddie Murphy retornando no papel do príncipe Akeen e com grande parte do elenco do primeiro filme de volta.  Entre os novos atores estão Jermaine Fowler (Friends of the people, 2014 – 2015) como o filho bastardo do príncipe Akeen, Lavelle.

Jermaine Fowler Joins Eddie Murphy in Coming 2 America - Paste
Jermaine Fowler/ Reprodução

Evitaremos spoilers nessa análise para não comprometer a experiência do leitor, futuro espectador do filme, mas somos obrigados a falar que o filme não te tanta Nova York como no primeiro longa, o que não estraga em nada o filme (ainda mais se considerarmos o título original “Coming 2 America“, que é algo como “Vindo para a América”). E é importante que você leitor fique sabendo que o filme tem furos no roteiros e algumas coisinhas que simplesmente acontecem e ficam por isso mesmo, já para preparar seu psicológico: o filme é bem do tipo “Sessão da Tarde”, então, não é para esperar que ele seja uma obra que concorrerá ao Oscar por melhor roteiro.

Dados os avisos, vamos ao que interessa: o filme é bom? Vale a pena?

O pecado de “Um Príncipe em Nova York 2” é ser um baita filme sem graça
Eddie Murphy/ Reprodução

Sim, a resposta é fácil. Tudo que se pode esperar de uma sequência é entregue. E eu digo sequência, no sentido literal. É como se o primeiro filme fosse um episódio de uma série e o segundo filme fosse a continuação direta desse episódio, o que é muito satisfatório. O enredo segue 30 anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, mas a preocupação em manter Zamunda (o país fictício) com sua cultura própria é louvável, James Earl Jones (a voz do Darth Vader), o rei Jaffe, ainda mantém a cabeça fechada nas tradições e, seu filho, Akeen, herda isso do pai. E isso é o que se espera. Akeen foi criado em Zamunda, viveu a vida toda com as tradições do lugar, era de se esperar que fosse manter a mentalidade do pai ao assumir o trono como rei, e é o que acontece.

KiKi Layne, Vanessa Bell Callowa, e Akiley Love/ Reprodução

Nas diversas oportunidades de implementar o progressismo cultural em seu país, ele não o faz, e não por maldade, mas sim por respeito às tradições. E quando faz é consciente e não por conveniência do roteiro em “atualizar” Zamunda. Toda a questão da tradição e da cultura apresentada no filme foram cruciais para que a sequência se caracterizasse como uma sequência, não há saltos culturais e nem a “forçação de barra” para introduzir novas culturas em Zamunda, as coisas acontecem e os personagens evoluem, o que torna o filme magnifico.

Por fim, o filme  é divertido, as piadas politicamente incorretas são ditas por alguns personagens (uns que você já espera que diga tal coisa) e são corrigidas ou repreendidas pelos outros personagens, mas não com um discurso pesado e tenso, e sim com uma fala objetiva e até engraçada – isso é bom, pois não quebra o ritmo do filme. 

Pontos positivos do filme: Ele diverte, é sequencial com o primeiro filme, nos entrega mais de Zamunda, o destaque às personagens femininas é orgânico e sem gerar constrangimentos no espectador (como foi o caso do filme da Arlequina), os figurinos são lindo e é autoconsciente em diversos momentos – tem um dialogo que os personagens zombam do fato de existirem sequências de alguns filmes.

Pontos negativos: As coisas simplesmente acontecem – algumas passam sem serem exploradas (não vamos falar aqui para não entregar spoilers); alguns personagens são bem desnecessários – como alguns membros da família de Lavelle; o final é bobo e falta profundidade (ou destaque) para as filhas de Akeen.

Para quem quer apenas assistir um filme e matar aquele monstrinho da nostalgia de satisfação esse é um bom filme, as cenas que “mostram” o destino de alguns personagens do primeiro filme, por si só, valem o tempo de tela. Um príncipe em Nova York 2 está disponível na Amazon Prime Vídeo.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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